Dieta DASH: a dieta recomendada para controle e prevenção da pressão alta.

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Imagem ilustrativa: Dieta Dash

Dados recentes do Ministério da Saúde apontam que, em 15 anos, houve um aumento de 3,7% de diagnósticos de hipertensão, a popular pressão alta, no Brasil (veja aqui).

Não à toa, os dados do Ministério da Saúde também registraram a maior taxa de mortalidade por hipertensão nos últimos dez anos (veja aqui). 

Essas estatísticas chamam atenção para o cuidado necessário com uma doença que é silenciosa, e cuja origem, quase sempre, envolve o estilo de vida da pessoa: sedentarismo, má alimentação, sobrepeso, tabagismo, consumo de álcool, e por aí vai.

É por isso que uma das formas de prevenção e tratamento da pressão alta é alterar o estilo de vida. Especialmente no que diz respeito à alimentação.

Para atuar diretamente no fator alimentação, o que vamos te apresentar aqui é a dieta DASH, uma dieta matadora quando falamos em hipertensão.

Se você quer saber como controlar a pressão alta, ou mesmo como evitar a pressão alta, você definitivamente precisa conhecer a dieta DASH.

Ah, e não se preocupe. Não é uma daquelas dietas malucas inventadas nos porões da internet não, tá bom?

Vamos falar aqui de uma dieta com ampla comprovação de sua eficácia e já recomendada como parte da política pública em saúde dos Estados Unidos.

O que é a dieta DASH?

No original em inglês, Dietary Approaches to Stop Hypertension – ou, numa tradução aproximada, Abordagem Dietética para Parar a Hipertensão.  

Ela baseia-se no fato, para lá de comprovado, de que a pressão alta é bem menos comum em pessoas que seguem dietas baseadas mais em frutas e vegetais e menos em alimentos ricos em sal, açúcar e gordura.

Apesar disso, não é uma dieta com aquelas longas e intermináveis listas de alimentos proibidos e alimentos permitidos.

Sua abordagem é bem mais, digamos, flexível – e por isso bem mais fácil de ser seguida.

São estabelecidos grupos de alimentos e as porções recomendadas, seja no dia, seja na semana.

Então, fica assim:

  • Grãos Integrais: de 6 a 8 porções diárias;
  • Proteínas magras: até 6 porções diárias;
  • Vegetais: de 4 a 5 porções diárias;
  • Frutas: de 4 a 5 porções diárias;
  • Laticínios: de 2 a 3 porções diárias, da versão desnatada;
  • Nozes, sementes e legumes: de 4 a 5 porções semanais;
  • Gorduras e óleos: de 2 a 3 porções diárias, mas de origem vegetal.

Sei o que você provavelmente está pensando.

  • Mas e doces? E a carne vermelha? Nunca mais!?

Bem, de fato, são dois grupos alimentares sempre associados à hipertensão. Contudo, na DASH, são permitidos, desde que muito, muito, moderadamente:

  • Carnes vermelhas: até 2 porções semanais;
  • Doces: até 5 porções semanais, incluso qualquer alimento com açúcar adicionado.

Ah, e quando falamos de porções, vamos ser razoáveis, ok?

Estamos falando aqui de coisas como 50g, uma colher de chá, 200 ml, meia maçã… quatro fatias de um bolo de chocolate é uma ‘porção’ do bolo inteiro, mas não é a porção de que fala a Dieta DASH, combinado?

E o sal? Como fica? É liberado?

Não, e talvez seja essa a única verdadeira restrição da dieta DASH.

A recomendação é de somente uma colher de chá por dia, o que dá, mais ou menos, 5g de sal, equivalente a aproximadamente 2.300 miligramas de sódio.

Lembra do macarrão instantâneo, super prático e baratinho? Pois é, só ele, sozinho, tem quase 2.000 miligramas de sódio…

Tenso, né?

Benefícios da Dieta DASH

O carro chefe, claro, é auxiliar na prevenção, e mesmo no controle, da hipertensão.

Mas aí foram verificadas algumas coisas bem interessantes.

Em pesquisa publicada no New England Journal of Medicine, constatou-se que mesmo mantendo os níveis de consumo de sal regulares, somente a troca de alimentos (mais frutas, verduras e grãos integrais) já foi suficiente para melhorar a pressão arterial.

Já em pesquisa da revista científica Clinical Cardiology observou-se que mesmo pessoas saudáveis, sem problemas de pressão arterial, respondiam positivamente à dieta DASH, reforçando que funciona, sim, como medida de prevenção à hipertensão.

Além dos benefícios diretos associados à pressão alta, é presumível que uma grande alteração na alimentação, trazendo mais alimentos naturais e menos processados, vai resultar em noutros benefícios, correto?

Corretíssimo!

São eles:

  • diminuição no risco de desenvolver diabetes;
  • diminuição do risco de desenvolver cânceres;
  • diminuição do risco de problemas cardíacos;
  • diminuição dos níveis de colesterol ruim (LDL);
  • aumento do controle calórico diário (leia-se, comer menos);
  • facilitação da perda de peso e da circunferência abdominal;
  • eficácia mesmo sem a prática de exercícios físicos (mas é claro que a eficácia é maior COM exercícios físicos, ok?).

A dieta DASH é só para hipertensos?

Bem, a esse ponto da história você já deve ter se convencido de que a dieta DASH é boa, e ponto final. Independente da pessoa ter ou não hipertensão, precisar ou não manter a pressão arterial sob controle, ela é benéfica.

E ela é mesmo.

Qualquer pessoa sob a dieta DASH só tem a ganhar, sem restrições.

Nesse aspecto, ela é muito semelhante à dieta mediterrânea: ambas funcionam mais como um estilo de alimentação sem prazo, um padrão a ser adotado indefinidamente na vida do sujeito, e não algo circunscrito a um ou dois meses.

Pode ser, afinal, a porta de entrada para uma vida de mais saúde e bem-estar.

Agora, se você já tem algum problema com pressão alta, ela é certamente ainda mais recomendável. E para fechar o texto, vale reforçar que o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento gratuito para a hipertensão, ok? Tanto o tratamento medicamentoso quanto o não-medicamentoso.

Marcia Vieira Dias

Marcia Vieira Dias

Apaixonada por assuntos de saúde e bem-estar, e dedicada a explorar e compartilhar os segredos de uma vida saudável de forma natural e simples. Sua jornada começou com estudos em nutrição e fitness, e ao longo dos anos, ela se tornou uma defensora incansável de práticas de autocuidado e hábitos saudáveis.

Artigos: 15

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