Café vicia? Aquilo que todo amante de café deveria saber!

Imagem ilustrativa: Café vicia?

Café vicia? Café demais faz mal? Como Saber se você está viciado em café?

Ah, aquela grande e quente xícara de café pela manhã!

Para muitos brasileiros, o dia simplesmente não começa sem isso – e se começar sem, vai ser um começo lento e mal humorado.

Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC), o Brasil é o segundo maior consumidor de café em todo o mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos (veja aqui).

O café dá energia, dá ânimo, serve de motivo para papear com amigos, e volta e meia os pesquisadores associam a bebida a benefícios à saúde, desde prevenção a algumas doenças até o incremento do desempenho em atividades físicas.

A bebida perfeita… só que não.

Nós do Saúde Sem Segredo acreditamos que uma vida saudável é uma vida de equilíbrios.

E por isso falaremos neste texto sobre um desequilíbrio comum a muitas pessoas, que é o consumo exagerado de café – e o que fazer para dar um jeito nisso.

Café vicia? Então é uma droga?

Você já deve ter ouvido isso: o café vicia pois é uma droga.

A droga mais consumida em todo o mundo, mas é uma droga.

Loucura, né?

Pois é.

O café, em si, não é uma droga, mas a cafeína, substância predominante, sim.

Isso pode parecer pesado, um exagero, mas é assim que a ciência a classifica.

A cafeína, contida no café, é uma substância capaz de alterar o funcionamento do organismo, e que, com o tempo, gera tolerância – necessidade de doses maiores para obter os mesmos efeitos – e dependência – sintomas negativos caso não seja ingerida.

É por isso que podemos sim falar que café vicia.

Estudo publicado no Journal of Caffeine Research conclui que, apesar dos benefícios quando consumida em doses baixas, a cafeína do café pode gerar uma situação em que o indivíduo não consegue reduzir seu consumo, mesmo quando começa a enfrentar problemas decorrentes desse consumo.

Ou seja, percebemos que faz mal, e ainda assim não conseguimos deixar de tomar.

E por que isso acontece?

Como a cafeína funciona e por que o café vicia

Quando bebemos uma xícara de café, a cafeína ali presente atinge seu pico de concentração entre 30 e 60 minutos. Ou seja, é esse o tempo para que nosso organismo responda ao café.

E responde como?

A cafeína age diretamente em nosso cérebro, mais especificamente em nosso sistema de recompensa, liberando dopamina.

Sabe aquela sensação de bem-estar, de ânimo, de energia, de estar ligadona e disposta a fazer as coisas?

  • Prazer, me chamo Dopamina!

E até aí tudo muito bom, tudo muito bem.

O problema é que, com o tempo, nosso organismo vai adquirindo tolerância.

Ou seja, se de início era preciso somente uma xícara de café para que você se sentisse como um super herói, logo, será preciso duas xícaras…

Depois, aquela xícara também na metade da manhã…

Então, mais uma no horário do almoço…

E, ah, por que não uma também no meio da tarde, né?

O que acontece é que é cada vez mais difícil atingir aquele bônus de energia provocado pelo café, ao mesmo tempo em que o organismo, para funcionar normalmente, fica cada vez mais dependente da dose habitual de café.

Aquele mesmo estudo do Journal of Caffeine Research é assustadoramente categórico: quando falamos de efeitos psicológicos e comportamentais, a dependência de cafeína é comparável à dependência de outras drogas.

Como saber se estou viciado em café

A quantidade segura de cafeína diária é 400 miligramas. Isso equivale a mais ou menos 5 xícaras pequenas de café.

Se você consome mais do que isso, talvez já deva começar a ficar preocupada.

Mas os sinais mais importantes vêm de duas situações.

Situação 1: aquilo que acontece quando você não toma café.

Pode ser que aconteça um imprevisto e você tenha de sair de casa sem tomar a sagrada xícara de café. E aí você começa a notar alguns sintomas:

  • fadiga;
  • confusão mental;
  • mal humor;
  • dificuldade em concentração;
  • irritabilidade.

Sabe o que é isso?

É seu organismo dizendo, implorando, gritando, que quer café.

Isto é, seu corpo e seu cérebro já não conseguem mais funcionar plenamente sem cafeína, daí os sinais de uma pequena crise de abstinência se formando.

Situação 2: aquilo que acontece quando você toma café.

Na sua rotina diária, de xícara de café em xícara de café, e cada vez mais xícaras de café, você começa a notar que os efeitos agradáveis começam a vir acompanhados de efeitos não tão agradáveis assim:

  • tremedeira;
  • desconforto estomacal;
  • dor de cabeça;
  • palpitação;
  • inquietação;
  • problemas para dormir.

São todos sinais de que na busca pelos benefícios do café – geralmente, a sensação de alerta e disposição – você está tendo que ingerir café demais, o que está sobrecarregando o seu organismo.

Se você, em qualquer das situações acima, sentiu um daqueles sintomas, talvez esteja na hora de repensar a sua relação com o café.

Como diminuir – ou cortar – a ingestão do café

Cada pessoa tem um grau de sensibilidade à cafeína.

Existem pessoas que ficam quase que surtadas com uma simples xícara, enquanto outras podem tomar café antes de dormir e não vão sentir nada.

Portanto, o procedimento para diminuir a ingestão de café, ou mesmo de cortá-lo em definitivo, depende muito de quão sensível você é à cafeína.

E, claro, da quantidade diária de café que você toma.

Quanto mais sensível for, e quanto mais café tomar por dia, mais tempo, paciência e estratégia serão necessários.

Em regra, o procedimento mais recomendável é a diminuição gradual.

Ou seja, assim como você, aos poucos, foi adicionando xícaras de café à sua rotina, também aos poucos você irá retirando as xícaras de sua rotina.

Dê o intervalo de uma semana a cada redução, de modo que seu organismo possa se habituar suavemente com o corte, e então faça outra redução, mantenha uma semana, outra redução, e assim sucessivamente.

Proceder desse modo irá evitar aqueles sintomas de abstinência, como mal humor e falta de concentração.

Agora, se você estiver disposta a uma redução ou corte bruscos, vá em frente. Escolha um dia e simplesmente pare de tomar café… mas se prepare para um misto de ressaca e gripe!

A interrupção abrupta no consumo causará sintomas nada agradáveis e que poderão durar de dois dias até uma semana.

É certamente um modo mais rápido de diminuir/cortar a ingestão de cafeína quando comparado àquela redução gradual, mas é também muito mais desafiador.

Seja qual for o método escolhido – o gradual ou o abrupto -, seguem algumas dicas de como facilitar o processo:

  • tome bastante água: irá facilitar o processo de eliminação da cafeína;
  • adote novos hábitos: não deixe aquele vazio no horário em que tomava café, em vez disso, preencha com chás sem cafeína ou um suco;
  • mantenha-se ocupada: envolver-se com atividades ajudará a se distrair da falta de café;
  • pratique atividades físicas: exercícios geram a sensação de prazer e bem-estar, logo, é um bom meio de combater os sintomas de abstinência de cafeína.

Café é bom, café é ótimo – mas cuidado

Ninguém aqui está demonizando o café.

Faz parte de nossa rotina, e certamente tem vários benefícios à saúde – que exploraremos noutro texto.

O ponto, porém, é que na busca por uma vida de saúde e bem-estar, o excesso de café certamente pode ser um problema.

Você se sente muito ansiosa?

Tem problemas estomacais, como azia e refluxo?

Sente picos de cansaço durante o dia?

À noite, tem um sono agitado e pouco reparador?

Tudo isso pode ser um indicativo de que o café está te fazendo mal.

Então, se você é do time dos que simplesmente amam café, aproveite o texto acima e repense seus hábitos, busque um equilíbrio. Afinal, trocar uma ou duas xícaras de café por uma xícara de chá pode te fazer muito bem.

Marcia Vieira Dias

Marcia Vieira Dias

Apaixonada por assuntos de saúde e bem-estar, e dedicada a explorar e compartilhar os segredos de uma vida saudável de forma natural e simples. Sua jornada começou com estudos em nutrição e fitness, e ao longo dos anos, ela se tornou uma defensora incansável de práticas de autocuidado e hábitos saudáveis.

Artigos: 15

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